Objetivo: Terapias ricas em plaquetas (PRPs) estão se tornando amplamente utilizadas. A suposição de que essas terapias poderiam melhorar a recuperação dos tecidos, permitindo o retorno precoce às atividades, levou à promoção de seu uso para uma infinidade de condições, mas sem uma prova clara de sua eficácia clínica. Por esta razão, o presente estudo teve como objetivo principal realizar, através de revisão sistemática, uma atualização sobre a efetividade do tratamento com plasma rico em plaquetas nas lesões dos isquiotibiais. Métodos: Dois revisores de forma independente realizaram pesquisa com os mesmos descritores e nos bancos de dados Pubmed, Medline e Embase, para estudos publicados até 2 de dezembro de 2023. Foram utilizados os seguintes descritores: Hamstring injuries; Treatment; Platelet-rich plasma; Efficacy. O método PRISMA foi utilizado para realizar a pesquisa. Os seguintes filtros foram utilizados para chegar ao resultado final esperado: “Randomized Controlled Trial; “Randomized Clinical Trial” “Meta-Analysis” e “Systematic Reviews”. Resultados: Segundo a estratégia de busca, foram encontrados 119 estudos com os descritores supracitados, os quais foram novamente avaliados segundo seu desenho e relevância conforme os filtros do tipo de estudo e critérios de inclusão. Houve uma correlação muito forte entre as buscas dos dois pesquisadores (k=0,871) Ao final restaram 24 estudos, após leitura individual e conformidade com o tema, foram incluídos 13 estudos. Como características gerais foram incluídos, nesta revisão, um total de 379 pacientes tratados com PRPs. A idade média foi 28 anos. A porcentagem de homens variou de 56-100% nos estudos, sendo maioria dos atletas incluídos. O tempo de acompanhamento variou de duas semanas há 12 meses.Para análise de dor e função vários instrumentos foram utilizados: Escala Visual Analógica (EVA), Harris Hip Score Modificado (MHHS), Hip Outcome Scores para atividades da vida diária (AVD) e função específica do esporte, e International Hip Outcome Tool 33 (IHOT-33). A ultrassonografia diagnóstica foi usada para comparar a aparência do tendão pré injeção e após a injeção. A taxa de satisfação média foi descrita por 5(38,5%) trabalhos, e não houve complicações inerente ao PRP descrito. O predomínio na literatura levantada foi à ausência de recomendação do uso de PRP no tratamento das lesões dos isquiotibiais.Conclusão: Com base nas evidências disponíveis, o uso do PRP não apresenta resultados positivos convincentes, nem demonstra superioridade ao tratamento convencional nas lesões dos IQT. Portanto, são necessárias mais pesquisas de alto impacto, como ECRs bem delineeados para responder em definitivo sobre esta questão.